
Os serviços de saúde pública são os mais atingidos nos municípios pelo consumo de crack, aponta levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CMN), divulgado nesta segunda-feira (7). Dos 4.430

municípios que participaram da pesquisa, 63,7% afirmaram que a saúde é a área mais impactada pelo consumo de crack.
A área de segurança pública é a segunda mais impactada pelo consumo do crack em 58,5% dos municípios pesquisados. Os prefeitos também relataram problemas nas áreas de assistência social e educação. Os dados foram levantados junto às prefeituras, que relataram espontaneamente questões relativas aos problemas sondados pela entidade.
A CNM ouviu por telefone e presencialmente 4.430 municípios entre agosto e outubro deste ano. Numa segunda fase, já iniciada, a CNM pretende manter um banco de dados espontaneamente atualizado pelas prefeituras.
De acordo com a pesquisa, 3.960 municípios de todo o Brasil responderam que enfrentam problemas com a circulação de drogas, dos quais 2.721 citaram ter na circulação do crack e de outras substâncias a principal questão a ser enfrentada.
Regiões Em todo o país, 4.114 municípios relataram problemas relacionados ao consumo de drogas, sendo o Sudeste a região com maior incidência (1.320) - os municípios do Rio de Janeiro não participaram da pesquisa. De acordo com o levantamento, do universo de 1.264 municípios da região que responderam positivamente sobre a questão, 915 disseram ter problemas com a circulação do crack e de outras drogas.
A região Nordeste aparece em segundo lugar, com 1.108 municípios (735 deles com problemas relacionados ao crack e outras drogas). Dos 952 municípios do Sul que responderam à questão, 678 enfrentam problemas semelhantes.
Nas regiões Centro-Oeste e Norte, há, respectivamente, 354 e 282 municípios que enfrentam problemas com a circulação de drogas, diz a CNM, dos quais 242 e 151 com problemas com o crack e outras drogas.
De acordo com Ziulkoski, o Distrito Federal recusou-se a divulgar oficialmente dados relativos ao consumo de drogas para a pesquisa. "Ficamos três meses pedindo dados ao DF, que não os divulga", disse.
Dados oficiais É a segunda pesquisa do gênero divulgada pela CNM. A primeira, de 2010, foi alvo de críticas por parte do governo federal, que considerou superficial a metodologia utilizada.
Para o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, a tentativa de desqualificar o levantamento anterior é um descompasso com a atenção que a União dá ao tema. "Nós ouvimos muito União e estados falarem sobre combate às drogas, mas os recursos repassados pela União são praticamente inexistentes (...). Mas, quando surgem os dados, eles desqualificam."
Nenhum comentário:
Postar um comentário