A vítima está internada no Centro de
Tratamento Intensivo (CTI), mas acordada e falando. De acordo com o diretor do
hospital, Luiz Alexandre Essinger, o risco agora é que o paciente contraia uma
infecção:
— Quando o vergalhão entrou no cérebro,
levou também muita poeira. Os cirurgiões limparam a área e cauterizaram os
vasos sanguíneos afetados. O risco agora é ter uma infecção. Para evitar uma
contaminação de secreções dos seios da face, o vergalhão foi puxado para baixo
durante a cirurgia.
Segundo os médicos, a área afetada do
cérebro é responsável pela parte das emoções. A vítima poderia ficar
desorientada ou ter perda de memória, o que não aconteceu. Ele ainda deu mais
sorte: se o vergalhão tivesse entrado três centímetros mais para o lado, teria
atingido a parte do cérebro responsável pela coordenação motora. A vítima não
estaria conseguindo mexer pernas e braços. Se tudo der certo, o paciente terá
alta em uma semana.
Em 2009, o mergulhador Emerson de
Oliveira Abreu, de 36 anos, foi atingido por um arpão que perfurou o lado
esquerdo de seu crânio durante uma pesca submarina na Baía de Guanabara, na
altura da Ilha do Governador. Ele foi ferido pelo próprio equipamento, que
resvalou em uma pedra e retornou em sua direção. A arma, de 70 centímetros, não
chegou a atravessar o crânio de Abreu, que chegou consciente ao hospital.
À época, os médicos disseram que por
alguns milímetros não alcançou a artéria carótida. Ele teve alta do hospital
alguns dias depois, sem sequelas. Segundo os médicos, 25 centímetros do arpão
penetraram na região frontal direita do cérebro de Emerson.
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